Arlete considera que muitas vezes as trabalhadoras não denunciam as situações de violência por falta de conhecimento ou por puro medo de represálias. “Até mesmo situações em que trabalhadoras foram obrigadas a limpar banheiros e vestiários masculinos ocupados, foram relatadas pelas participantes”, destacou Arlete.
Assédio Moral
A conversa revelou ainda que a imensa maioria das agressões verbais são cometidas por homens. “Descobrimos que existem determinados ambientes de trabalho em que gritos e ameaças são comuns. O Sindicato já está tomando providências para que esse e outros tipos de violência parem”, conta a sindicalista.
Negociação Coletiva
Para a solução dos problemas, a negociação coletiva é uma grande aliada. “O primeiro o é sensibilizar a empresa de que o problema existe e propor medidas concretas para a solução. É o melhor caminho, apontou Arlete que acredita que o processo negocial pode propiciar a igualdade de gênero também sob o ponto de vista econômico. Cerca de metade da categoria calçadista é formada por mulheres.
Reforma Trabalhista e violência no trabalho
Arlete chamou atenção para pontos da reforma trabalhista que ampliam o número de agressões às mulheres e aos homens em seus ambientes de trabalho. “A nova lei dificulta o o à Justiça ao mesmo temo em que promove uma precarização geral das relações de trabalho por meio da terceirização e quarteirização generalizadas e através das novas forma de contratação. O valor das indenizações de acordo com o salário da vítima, impactam ainda mais nas mulheres com menores salários. Neste sentido, as mulheres negras são ainda mais violentadas, pois a elas cabem os menores salários e as piores condições de trabalho”, analisou.
Entre algumas aberrações contidas na proposta da reforma trabalhista, encontra-se o pagamento de indenização por assédio moral, levando em conta o cargo e em graus diferentes: assédio de natureza leve (três vezes o valor do salário), média (cinco vezes o valor do salário) ou grave (vinte vezes o valor do salário).